Sedimento, decepções involucram a alma, cicatrizam simétrica e sutilmente. O perdão cristão é poético, mas não legítimo, não a quem de fato se ama e espera. Com franqueza dirias que olhas para teu algoz perdoado com a mesma confiança e meiguice? Sem reservas inconscientes, sem revestir de aço o afeto.
O perdão prático é sinonimizável à indiferença - o amor potencializa mágoas.
Como papel amassado, o que sentimos pode até "reflorescer"; mas jamais à mesma forma.
Os olhares traem, denunciam inútil porfia: empenhos em, inocuamente, tentar velar o que até um breve cheiro - intimamente até o mau, entrega em brilhos nada refratários, submissos, pueris. Ou mesmo o papel em manchas rubras, entregando que a soma perigosa de duas vidas ainda está dividida.