segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Repescagem

Dentre as miríades de porcarias que nos fazem esquecer quem somos, fazendo-nos arremedo de nós próprios, ou nem isso, estão as relações tóxicas: afeto que nos desiquilibra, amizade que nos entorta, companhia que nos faz piores ou mesmo parentescos simbióticos - prisões sem muros. 
Momentos de solidão são essenciais para que percebamos o distanciamento que nos permitirmos efetivar - o sequestro anímico que sutilmente nos toma. O triste é que favorecendo o que nos é tóxico afastamos o que nos é bom - fazemos mal aos os que de fato nos querem bem e, ainda, ganhamos mais alguns gramas de culpa para ensacarmos com o que já carregamos nas costas.
E há um agravante: nem sempre a toxidade é percebida a olho nu - é preciso alguma reflexão para entendermos quão destrutiva foi (ou é) uma relação.
Atentemo-nos logo, o tempo nunca está a nosso favor.

Parede

Sabemos que nosso cérebro trabalha a nosso favor, coonestando erros e endossando opiniões; porém, quando refletimos com vontade somos capazes de perceber nossas falhas.
Mas quando lidamos com pessoas pancadas, é melhor desistir de buscar o ponderável, a "verdade": elas sempre, por mais absurdo que seja, terão a razão - forjarão mentiras absolutamente críveis a elas próprias e partirão vitoriosas aos respectivos e solitários reinos. Já reparou que quem sempre tem razão não tem amigos, não tem afeto e, tampouco, verdadeira alegria.
Contrariar louco é enxugar gelo.