sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Pecado

Antropológica e religiosamente falando, para cometermos um pecado precisamos estar livres. Começarei com um exemplo extremo: o suicídio. Uma pessoa zerada de serotonina está livre? Claro que não! Por isso admiro o filósofo Fábio de Melo – ele analisa qualquer questão contextualizando-a com as Medicina, Psicologia e Antropologia. Assisti a um discurso dele sobre a “danação eterna” de quem se mata – claro que ele elucidou que se trata de uma extrema bobagem; mas como “pecado” não é algo que muito me preocupa, trocarei a palavra por “culpa”. Um viciado (depois de ser consumido pelo vício, pois ele estava livre dele antes do mesmo) em crack é uma pessoa livre? Ele é culpado por qualquer besteira que venha a fazer? Já adianto que, a partir daqui, este texto não traz respostas, só mais perguntas (ou, se preferir – eu prefiro, “provocações”). Depois de bêbado, um homem é livre para decidir se vai dirigir ou não? Ah!, vão dizer, ele era livre para não beber. Era? Um esquizofrênico que foge da clínica e mata uma pessoa é culpado? Uma resposta empírica e plenamente absoluta: a médica dele, não (Folha de São Paulo – 20/12/2012). Alguns de hermenêutica equivocada vão dizer que estou defendendo criminosos; não – estou defendendo a Filosofia que tanto respeito. De Sócrates até aqui, a poucas respostas chegamos – isso é o que faz com que os pensantes não entrem em extinção; minha existência, breve por mais longa que seja, não trará respostas, mas vai provocar muitas outras existências e adiará o suicídio da inteligência.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Nossa (?) Língua

Glosemos (não pense besteira) sobre um tema que distancia bons de ótimos textos – um pobre vocabulário ativo. Sumariamente, elucido que vocabulário ativo é o que usamos ativamente, escrevendo; o passivo é aquele que lemos e entendemos, porém não usamos na ativa. Para se escrever bem é inevitável as criatividade e boas leituras – complicado enriquecer seu vocabulário lendo “Crepúsculo”; mas há algo que não pode, de forma alguma, faltar quando estamos com um livro de peso em mãos: um dicionário (de preferência de papel); a nossa língua nos engana amiúde, você lê uma palavra desconhecida e crê que a entendeu. De nada adianta escrever um texto com rebuscado vocabulário, mas sem sentido algum; disfemismo: escrever merda. Peço aos talentosos que não tenham preguiça e, humildemente, pesquisem o que venham a não entender – o mundo é sujo, que a Arte seja limpa.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Metamorfose em Processo.

Deitados, enquanto eu habitava Kafka, era habitado por você; carinhos sagradamente mal-intencionados embaralharam-me as letras, faziam meu intelecto verter em lascívia. Não demorou para que, vestido, sufocasse – minha pele a tua precisava tocar, meu corpo o teu explorar. Vivi genuinamente o que chamam de amor – fizemos amor; fizemos o amor.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Já para o Parquinho - Acéfalos.

Vidas, mortas, porém vidas. Nós, principalmente as mulheres, enxergamos e ouvimos somente o que desejamos ouvir e enxergar - qualquer consenso é natimorto. Uma das funções cerebrais que nos mantiveram vivos até agora é a de dar-nos sempre razão; blá-blá-bás filosóficos, por não serem palpáveis, são inócuos e fajutos - poucos filósofos se entendem com Darwin - na falsa Filosofia (a intelectualidade) toda réplica tem uma tréplica e assim vai até um dormir. Nunca eleja um intelectual para um cargo político. E nada como termos complicados para dar sono e vencer um argumento pelo cansaço. A verdade não existe - solipsismo é coisa de esquizofrênico que, segundo "Jung", habita seu próprio inconsciente - assim como neuróticos habitam suas "personas". Relações afetivas (sexuais) jamais darão certo se um não for o "tonto" da história - ambos devem ceder , mas, sempre, um muito mais. As mulheres adquiriram um poder que as deixaram mais neuróticas ainda - mas ainda amo as gostosas e/ou inteligentes. Andei postando palavras de efeito como, exemplo, "inferno" - dois ou três retardados criticaram e até baniram (adorei!) meu "post". É que entre ler "Crepúsculo" e "Nietzshe" há um inferno de distância (Risadas) - Ah!, até rezaram por mim. Bom, perdoem-me o "marketing" - mas há leituras "desemburradoras" na livraria Saraiva e vibradores de tamanhos e cores variados no sexy-shop de um amigo meu, que fica no segundo andar da galeria do "Calçadão" para suprir a ausência de ideias ou a de orgasmos. E queridinha, foi você quem colocou teu rebento aqui no "subterrâneo" - e fui eu quem colocou o meu. Que não seja preciso leucemias ou qualquer outra vil doença para mostrar que, sim, ser pai ou mãe, às vezes é padecer no inferno. Espero que apenas a adolescência te mostre isso. Amo meu filho, por isso temo o mundo.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Carniça por Quilo

Não sou tolo, quem me conhece sabe que não sou "rabugento" como as hienas que me não conhecem consideram - divirto-me até demais; sorrio bastante, um belo sorriso, aliás. Sou artista, tenho um quociente emocional altíssimo - embora digladie constantemente com o intelectual que também não é baixo. Com arrogância dos arquétipos herdados de gênios com menos recursos e mais tempo, divido, quase sempre, as pessoas como inteligentes ou idiotas. Não engulo fé, não digiro salvação - do que me falta cuido eu, sem alienadores muito bem remunerados. Sei que amigos são efêmeros, na hora da verdade, desaparecem - seja por já terem exaurido o que lhes interessava ou porque arrumaram algo melhor. Família? Fuja do "correto" que a maioria (nada é mais burro que a maioria) adotou e serás um vagabundo. Pessoas idiotamente felizes incomodam as que necessitam de momentos de introspecção, e vice-versa. E é a ditadura da felicidade que ressuscita o totalitarismo disfarçando-o de saúde e bons costumes. Pensar não é lúgubre nem faz mal a saúde (que é viver como desejas). Como diz Pondé: "Se houvesse um plebiscito, a maioria escolheria viver numa gaiola feliz".