quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Semibreve

Somadas as crises financeiras, creio que só os muito ricos não a sentem, com as crises existenciais, a vida atola numa fermata (na música, figura que representa uma pausa de valor - o que chamam 'tempo' - indefinido) diabólica.
É preciso muita fé, em Deus e no homem, para espernear e sair do lamaçal antes de chafurdarmos a cabeça, de perdermos os fios de respiração que nos mantém vivos, lúcidos.
Provações são ininterruptas, mudam de segmento, mas se dão as mãos; há uma vantagem em meio a todo o sofrimento em críticos momentos: magicamente, quem não presta desaparece.
Quando, em desespero cabal, sentir vontade de sair correndo e gritando, corra e grite, qualquer atitude louca é melhor que passar a vida procurando a ideal, o regalo espiritual.
O pecado de cujo fomos limpos há miríades de anos está precisando de uma boa faxina; e se esperarmos o "Diarista" salvador para observarmos Sua ungida labuta, estaremos em movimento contrário ao que nos foi por Ele ensinado.
Imagine o Coitado carregando sozinho as cruzes de todos os, nós, condenados.
Peçamos força, coragem e alimento para a fé.
Amém.