quarta-feira, 25 de junho de 2014

Ratos e Petróleo

Deve haver um submundo, talvez edificado nas redes de esgoto ou sob o pré-sal - fica difícil saber - onde os bebês são criteriosamente selecionados e preparados para serem desinstruídos por academias de excelência negativa; começa no ensino formal, onde desaprendem o natural dom de aprender; seguindo para a faculdade que polirá qualquer resquício de polidez que possa ter passado despercebido (afinal os professores são idiotas - e nesse caso, mais idiotas ainda: não conseguiram atingir o grau máximo da idiotice). Depois, naturalmente, seguem ou não por mestrados, doutorados...
Esses mestres e doutores são encaminhados a um breve curso de informática (aprender a ligar o computador e criar uma página no Facebook e/ou Twitter e enviados à superfície para fazer ao que treinados foram: serem chatos e burros.
Nota veladamente explicativa: Meu querido, não se meta com intervenções cretinas no pouco de bom que usufrui-se por aqui. Tente estudar ou desista de invejar.
Vá ao parquinho.

domingo, 22 de junho de 2014

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Altar

A contradição: a paixão pela Solidão e o necessário fastígio.
É o artista ser moral e intelectualmente, e passando pelo afeto, híbrido.
O caminho de colossal distância entre os polos emocionais é atalhado com gigantes saltos; ora furiosos, ora plácidos. Ou desidiosa inércia.
Não há contrição: estar anacrônica e existencialmente fora do lugar (polo momentaneamente errado) gera arrogância ou falta presencial.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Quem

Uma expressão plácida, um coração candente. Porfia, talvez inútil, de avatarizar-se em paz.
Desídias a si próprio, respostas evasivas à própria existência. Falácia trivial, porém, posto que assim é, cabal e popularmente antagônica: o que se mostra subjuga o que se é - o eu descontente raramente é exposto: defesa cognitiva para pertencer ao mundo. E bem-aceito ser.
O que somos vale mais do que o que temos; mas o que temos é o que somos - não materialmente, também material. As cicatrizes existenciais se emendam e nos fazem curvar, é a hora da angústia, do medo, da solidão compulsória.
Aceitar a dor e mostrá-la a si mesmo, não ao mundo. Defender-se quimicamente contra a química matematicamente errada que nos forja.
E nunca, mesmo, esquecer que de qualquer forma a agonia é cíclica: chegada e êxodo.
Liberte-se preparando-se.