quinta-feira, 20 de junho de 2013

Caviar

[Longe de eu admirar a tolice do desapego-material-extremo, como fazem os opulentos indianos das castas "superiores" - que "evoluem" trocando todas suas posses por uma roupa (única) que vestirá seu corpo, um cajado e uma caneca para pedir alimento] Mas: "O que chamam de sofisticação, que em um seco resumo não passa de 'pagar caro e ostentar' coisas que de 'especial' não têm nada, pura demonstração de influencialidade e pequenez intelectual, como - hoje - acontece muito no meio gastronômico e também na moda das grifes, para mim representa (e nada ou pouco mais) o sucesso de grandes gênios da persuasão ácida (que derrete o bom-senso), esses que faturam com a histórica carência narcísica que mais poder tem sobre o mais tolos. Valorizo a sofisticação intelectual: prefiro minha estante cheia de bons livros a 'jacarezinhos' em minhas camisetas."

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Entre minha arte e o noticiário

"A inocuidade de minha atenção permite-me ser paralelo e investir em criação."

Se bastasse...

Meu conforto, minha "filhacidade" anacrônica - teu zelo a mim dispensado: "Estou bem acompanhado". Premissas falsas de uma conclusão ilegítima. Espera-se, ao menos nós homens maduros, de uma fêmea cotidianamente presente, mimos de mulher; os de mãe podem até ser bem-vindos, mas cabalmente insuficientes. Desejamos força e inflexibilidade, queremos damas submissas de acordo com suas próprias vontades de fêmea; não as que se permitem encarcerar num projeto de companhia por nós escolhido. Queremos silêncio nas horas, quase todas, em que o achamos adequado - e dias ruidosos regados a álcool ou gozos. Queremos tua risada em decibéis adequados a um ouvido macho, precisamos ser rodeados por classe. Te queremos do nosso jeito, mas só se quiseres.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Desabafo em Aforismo

Há dores e delícias em qualquer cotidiano - e justamente por ser homem e encarar toda e qualquer dor necessária, faço questão de usufruir, exaurir, tudo o que alimenta-me de prazer e significado.

Ensaio sobre a não-filosofia

Há uma corrente filosófica especificamente moralista que por ser antiquada e infantil deixa, para mim, de ser filosofia. Alguns pensadores extremistas creem que um objeto de arte, como exemplo, só o é se além de estético for ético. Um quadro "imoral" não produziria sensações em pessoas que imorais não fossem. Grosso modo: sentiu alguma (boa ou má) sensação contemplando uma imagem de pedofilia, é pedófilo. Será que para rirmos de uma piada de humor-negro necessariamente endossamos a tetricidade aventada? Quanta bobagem... Somos capazes de olhar pela óptica de um crápula sem sê-lo, podemos "entender" e até rir justamente por achar absurdo. Preferes ser humano ou um inquisidor anacrônico?

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Rede Antissossial

Um lugar virtualmente acolhedor e fisicamente desagregador. Uma muleta, para os tímidos e neuróticos, inócua, posto que da virtualidade nunca passarão. Pessoas que se veem pessoalmente e correm, cada uma para seu próprio computador, para iniciar o único contato possível. Celebridades toscas aventadas e aventantes - felicidade inversamente proporcional à publicada; a arte cada vez mais banalizada, o amor, então... Irritante filosofia de botequim, de "Tititi" - simulações fajutas de inteligência e conhecimento. Aprendi que, com raras exceções, ser lido (porção Narciso) é a única vantagem nessa seara de navegação, uso ativo. Esperar algo de bom vindo de um universo majoritário de zumbis tolos e pobres de espirito (e de conhecimento) chega a ser burrice. Leia-me, raramente lerei-te.