quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Espécies

Considero uma ignomínia a máxima “Somos todos iguais”.
Concordo que em essência o ser humano, qualquer um deles, é melancólico, carente, medroso e interesseiro, mas fora essas questões acerca do existencialismo existem pessoas inteligentes e também as vazias. Nada tão sonífero quanto um diálogo raso por falta de opção. Como diz uma pessoa por mim muito querida, precisamos de um tempo para amenidades, bobagens; mas são momentos específicos, como que para descansar a mente, uma conversa rasa por opção pode ser uma terapia. Mas voltando à realidade social, cultural e filosófica, pessoas ignorantes me cansam, principalmente as que ocupam altos cargos e formam discípulos à altura.
Pessoas rasas têm significados, ou horizonte de sentido, muito rasteiros. Me irrita a felicidade em que vivem tais pessoas, mas é sabido que só vivem a felicidade justamente por serem toscos e alienáveis; do contrário, saberiam que isso não existe. Não pensar é o único jeito de ser feliz.
O modismo (quase obrigação) de buscar a felicidade é o grande mal da atualidade – pessoas fingem, mais do que nunca, ser o que não são, pessoas buscam o que não lhes tem significado algum, pessoas se culpam por insucessos de que não fazem parte.
Não sou igual esse povo “retardado”, enxergo e assumo todo o sofrimento que é intrínseco ao ser humano, busco bons momentos de maneira operante. Minha esperança é operante, não aguardo graças divinas nem pago contas aqui pra receber após a morte. Em tempo: não acredito em nada disso.
Mas, encerrando meus pessimistas pensamentos (um dos meus filósofos prediletos – Schopenhauer – é considerado o mais pessimista de todos, portanto sou pessimista com muita honra), quero deixar claro que não quero ser feliz, já que isso é ser burro. Prefiro pensar e sofrer.
Não sou uma pedra, muito menos igual aos tolos.

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