terça-feira, 19 de junho de 2012

Dedo na Garganta

Anda quase que insuportável viver esse modismo (espero que muito breve) do politicamente correto. Agora, querem que a lei interfira no paradoxalmente saudável comportamento maldoso das crianças – não faço apologia ao “bullyng” (como é boba essa mania de “extrangeirizar” tudo), apenas acho que as maldades pueris devem ser combatidas em casa e na escola. E que se a lei interferir no aprendizado prático da vida, criminalizando deboches e exclusões (naturais desde que o mundo é mundo), terá que descriminalizar todo o mau comportamento adulto. Me preocupa o fato de meu filho chamar um gordo de “gordo” e virar meliante. Da mesma maneira que temo que alguém vire bandido ao chamar meu filho de branquelo. Quanta bobagem. As pessoas querem segurança, isso é ontológico; mas no mesmo nível querem liberdade. Essa “segurança” de deixar tudo para a justiça resolver (cômodo, também, não?) aprisiona. Querem que os problemas mais íntimos sejam resolvidos por leis – querem se meter em nossas casas, em resumo. A segurança está em um polo e a liberdade em outro – aproximando-se de um, afasta-se do outro. Nossos descontentamentos com o casamento ou com a “solteirice” retratam bem essa filosofia. Preciso vomitar.

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