segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Eu?

Certa feita, meu filho me disse que quem já tem 35 anos e não tem uma parceira é gay ou problemático; não tenho um resquício homofóbico, mas, nessa pequena sabedoria do meu rebento, encaixo-me, com certeza cabal, na segunda alternativa.
Dou-me o direito à defesa, ou melhor: à explicação (estou cagando, mas deu vontade de escrever).
Para com as "novinhas", que claro fique que parto dos vinte anos de idade, eu não tenho mais estômago. O visco que usam como engodo enruga-se antes de desnudá-las.
As contemporâneas a mim, com todo o respeito, já têm um parceiro (ou esperam o príncipe), manias insuportáveis e/ou embarangaram demais. Ainda há algumas delas que ostentam um comportamento vestal, e, claro, falsamente irritante.
As mais velhas, somente as inteligentes e que cuidam um mínimo da carcaça, atraem-me, confesso. Porém, quando não resignadas e habituadas a solidão, estão na zona de conforto afetivo: o trabalho.
Antes que as feministas que sonham em ter barba me critiquem, quero dizer (e já disse assumindo-me problemático) que adquiri, também, manias insuportáveis e estou entrando na confortável zona afetiva que citei há pouco.
Se/quando aparecer alguém que eu tolere e vice-versa, abandono minha enraizada iniquidade e parto para o abraço.
Todos querem um amor, mas a liquidez que 36 anos de experiência propiciam é um pouco, se não incapacitante, procrastinadora.


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