segunda-feira, 19 de novembro de 2012

De Dentro (A Ferrugem Educacional)

“Livros, jornais e internet já haviam me contado, teoricamente, o que venho aqui tratar.” Em uma tríade de meses conheci muitos lugares hostis, pessoas invejosas e toscas, histórias familiares que jamais deveriam ser escritas – conheci algumas escolas. Antes da ontologia educacional, concisamente, vou tratar de um número que serve de foto 3X4 da realidade “Al Qaeda” do ensino que oferecem aos vossos pequenos rebentos: todas as salas-de-aulas da rede municipal de ensino têm dois ventiladores , destes, menos de 5% funcionam. Agora, a parte “humana”(?): pessoas despreparadas, e não só tecnicamente, formam um enxame de abelhas-pombo que cagam na cabeça de seres que possuem criatividade incontestável – aniquilada pelo sistema corrosivo que é a educação em seu mais amplo sentido. Os sobas (diretores) também são inúteis, porém um pouco (bem pouco) melhor remunerados – mas os funcionários da educação, na maior parte, merecem o desrespeito e a má remuneração que recebem – e as crianças, muitas sem pai nem mãe, são Ferraris sem freio; sem contar a tendência “banditismo”, que está na moda e consideram bonito. E há o lixo cultural que é oferecido pelos professores, que, salvo exceções, não conhecem algo melhor. E os discursos inclusivos? Caro amigo, há alguma inclusão em matricular um aluno totalmente cego e deixá-lo dormindo sobre os braços durante todas as aulas? É um exemplo, apenas um, mas dos que mais me revoltaram. Na Finlândia, onde a educação é referência para o mundo, há o que chamam de “Exclusão Positiva” – dentro da sala de aula, junto aos colegas, há um pequeno grupo de crianças que possuem dificuldades especialmente acompanhado por professores especializados. E é claro que são mestres bem treinados que fazem de maneira que não marginaliza os diferentes, fazendo com que o respeito impere. E só uma nota: antes de entrar na faculdade, as crianças que participaram de todo o caminho escolar “especial” estão aptas e preparadas tanto quanto as que não viveram alguma dificuldade – concorrendo (e sendo) de igual para igual. Infelizmente, estamos para a Finlândia tanto quanto o lado direito está para o esquerdo. Confesso que por preguiça e mal-estar vou parando de escrever por aqui – mas haverá uma continuação. Com efeito, pensem bem antes de jogar sua prole numa creche minada camuflada de escola. Em tempo: há pessoas que valem a pena e trabalham com afinco e inteligência – procure por elas.

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