quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Sou

Liberto-me porque conheço o meu poder. Posso ser quem eu quiser: posso ser o sensível pianista, posso ser o forte lutador; posso ser um carinhoso amante, posso ser o cafajeste que as senhoritas odeiam amar... Posso até ser Napoleão, não castro a minha loucura. Minha alma é extensa o bastante para acolher cada um dos meus seres. Sou um ladrão de minhas ideias, mas um bom ladrão, uso-as. Atravesso diariamente uma espécie de ponte circular, sem extremos. Passeio por minhas calmarias e inquietações. Respeito o fato de ser o acidente mais complexo que o acaso criou. Posso ser até mesmo eu.

Um comentário:

  1. Me remete à lembrança do poema de Fernando Pessoa: O poeta é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente...

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