segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Bananeira

Poderia tudo ser mais justo, mais bem distribuído; não falo de igualdade - apenas gostaria que a aristocracia prática se baseasse na intelectual: que autômatos não fossem os vitoriosos, que a sociedade fosse membrada como um corpo humano: no topo, a mente. Que gente pequena e bajuladora não alcançasse bons cargos, bons salários; que graduados que nem ao menos falam (nem escrevem) corretamente não ostentassem eminentes diplomas em suas paredes, e queria muito que esses perdessem o sorriso assaz dentado que retrata a superioridade do inferior. Queria um governante à Nietzsche, um professor à Dostoiévski... A arte... Que bom seria se o etéreo fosse o mais valorizado, se os indignos fossem a minoria, que danças epiléticas evoluíssem a admirativas viagens paraplégicas - sentados, de olhos fechados.


Na impossibilidade do que supracitei, desejo algo menos possível ainda: não ser eu

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