segunda-feira, 4 de julho de 2011

Seja ruim para seu filho


Pais ou “responsáveis” bonzinhos costumam sempre dizer “sim” para requisições dos pequenos reis.
É muito menos trabalhoso fazer o que eles querem do que educá-los. Que benção o videogame que os mantém entretidos e enclausurados num quarto afastado do tão desejado silêncio que necessitamos, não? Para que nos alimentarmos juntos se eles podem pegar seu prato e fazer uma lambança invisível aos nossos olhos pela distância? E quanto às birras?!?! É só dizer “sim” que evitamos pequenos espetáculos de loucura simples e pura.
Bom, a verdade é que temos miríades de maneiras de terceirizarmos a educação dos pequenos pestes, inclusive deixando que eles se “auto eduquem” de maneira solitária e virtual.
Mas aprendi que para ser bom para meu filho eu preciso ser ruim, “muito ruim”. Fazê-lo enxergar a vida como um “paraíso de sins” só vai desprepará-lo para o que realmente o espera: o mundo.
Confesso que como todo pai de primeira viagem eu penei para resistir aos olhares sedutores e persuasivos do pequeno Johan Marucco, mas aprendi: é preciso adquirir um certo sadismo, é preciso sentir um leve prazer em fazê-lo “sofrer”. Para o seu crescimento cultural, emocional e social eu viro um monstro.
Se você é um pai mais atento, já percebeu que criança gosta é de limite, elas detestam “bundamolice” - termo que o polêmico e genial “Lobão” usa com frequência – mas para mostrar limites é preciso estar presente não só de corpo, mas de atenção e zelo. Criança adora uma boa briga, principalmente quando ela perde, fazendo com que seu “herói” educador mostre-se mais poderoso ainda. Isso é segurança.
Mas é mais fácil colocá-las em cursos e aulas diversas com o hipócrita pretexto de “preparação”.
Da escolinha, de onde já sai com a barriga cheia, vai para o inglês que antecede o piano que antecede o futebol que antecede seja o que for de “necessário”. Não, queridos amigos, não acho desnecessário propor atividades aos pequenos, mas convenhamos, está demais.
Não condeno as mulheres à condição de reprodutoras e donas de casa, mas confesso que não entendo as que colocam a profissão em primeiro plano e fazem três ou quatro filhos, mas essa conversa vai muito longe, esse texto não é sobre isso exatamente.
Mas quero terminar com um pedido: “perca” um tempinho educando sua prole.

3 comentários:

  1. "Educação é coisa do coração ... portanto, concordo que a dor do não é necessaria, infinitamente mais que a ilusão do sim!

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  2. Concordo em gênero, número e grau.

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  3. É preciso saber dizer não e sustentá-lo de forma coerente. Ser firme, ponderado e lançar um não baseado no equilíbrio é uma tarefa árdua demais e me escapa a maior parte do tempo. Não desisto, pois a educação do meu filho é o meu maior desafio, contudo, minha batalha mais feroz é comigo! Me educar,isto sim, um trabalho herculeo!

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