sexta-feira, 11 de março de 2011

Quem não procura, se acha

Não há mal algum em você se julgar melhor que alguém, muitas vezes você é mesmo.
Se você lê, você é mais culto que a maioria, se você é um artista, é mais sensível que a maioria, se você malha, é mais bonito...
Essa consciência faz de você uma pessoa agradável e humilde, só os “problemáticos” gostam de humilhar as pessoas. Se você é bem resolvido e conhece seu potencial, é muito mais fácil lidar com as diferenças. Costumo dizer que não me acho; tenho-me certeza. Uma postura arrogante é a maior prova de que alguém é inseguro e frustrado. E pode ter certeza, o mundo está cheio de pessoas bonitas, ricas, bem sucedidas, mas frustradas.
Paradoxalmente, pessoas boazinhas demais também o são, mas isso eu deixo pra outro texto.
Meu pai era um homem muito bom, era provedor e vivia em função da família, mas era muito mal resolvido. Há explicação: quando eu fiz terapia soube de horrores vividos por ele na infância, pois minha psicóloga era sua vizinha quando criança.
Bom, mas como ele era muito político, sempre tinha um cargo de presidente aqui, diretor ali e consequentemente tinha subalternos. Pobres... Humilhação era uma constante, choravam de ódio e tristeza paralelamente.
Mas garanto, com toda cultura e conhecimento que venho galgando há 32 anos, era um homem bom. Digo era, mas ele ainda vive, apenas desapareceu num domingo qualquer há alguns anos atrás. Teve seus motivos. Eu tento ser, como já disse em outro texto nesse blog, um “camaleão cultural” – tento me adaptar às condições de conhecimento e sensibilidade dos ambientes que freqüento, e, cá entre nós: muitas vezes são bem escassos.
Quem me conhece superficialmente, geralmente gosta de mim; mas quem me conhece de verdade me ama ou me odeia. Tenho uma opinião formada sobre vários temas “horripilantes” da vida, isso muito incomoda. Como a maioria de pessoas inteligentes, tenho muito mais dúvidas que certezas, mas das poucas certezas que tenho sou um guardião inflexível. Tenho um defeito muito chamativo para os dias de hoje: não sei fazer média, não sei puxar saco.
É lógico que não vou impor meus pensamentos em ambientes em que pouco se pensa, assim vou estar sendo arrogante e estarei perdendo tempo, e se for pra perder tempo, que seja com pessoas que realmente me importam.
Mas pra conseguir viver assim, sem jogar tuas certezas na cara de todos a torto e direito, é preciso estar bem resolvido. Adoro a maneira com Luis Felipe Pondé escreve: jogando tuas verdade na cara dos leitores, mas lê quem quer, não??? Geralmente são pessoas cultas que leem e, principalmente, entendem seus textos. Então é guerra de igual pra igual.
Quero terminar esse texto indicando seu último texto escrito na Folha de São Paulo que tem um título, digamos, peculiar: “Deus me livre de ser feliz”. Boa leitura.

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