segunda-feira, 13 de junho de 2011

Agridoce


Operários com uniformes sob medida e sem nenhuma mancha de graxa, pessoas comuns sendo realmente bem atendidas num banco (sorrisinhos amarelos não contam, por isso grafei “realmente”) e famílias felizes venerando um pote de margarina. Tratam, esses exemplos, da idiota realidade falsa que querem nos vender. Governantes (desgovernados), empresários e quem quer também necessite da alienação em massa para o seu ganha-pão. Meus contemporâneos devem se lembrar que fumar um cigarro era como ser livre feito um cowboy vistoso cavalgando sem rumo.
Não estou aqui pra condenar cigarros nem droga alguma, estou aqui para (nada me dá mais prazer na vida) cutucar idiotas. E, apesar de tantas chagas consequentes dessa postura, com apoio de Nietzshe – “Prefiro sofrer pensando do que sorrir sendo uma pedra burra”.
Confesse – você aguenta conviver com uma pessoa que está sempre sorrindo, que é sempre otimista e que acredita no ser humano? Eu não. Pessoas deprimidas me cansam, mas menos que otimistas cegas. Se você está empenhado em algo, o otimismo é operante e “enxerga”; se você está na pior e esperando que “energias” vão melhorar sua vida, o otimismo é burrice.
Em meus momentos existencialistas, acredito que, como uma pedra, apenas existimos. Mas vivemos a angústia disso saber, portanto somos essencialmente “angústia”. Peço que se você for uma pessoa superficial e me achar “pessimista ou deprimido” pelo que está lendo, pare de ler e vá caçar namorados(as) no Orkut.
Deixe-me deixar clara uma coisa: muito me divirto nessa angustiante vida, oquei?
Bom, mas o que me incomoda são pessoas vivendo uma falsa felicidade – chamo de falsa qualquer felicidade que brote da ignorância. Se colocarmos numa balança, a vida nos dá mais dores de cabeça do que gozos, não??? Essa é a chave: a vida não é essa balança – vivendo essas dores potencializamos os gozos, que, se colocados numa balança, pesariam muito mais. A felicidade é viver a vida. Bons e péssimos momentos.
Rodrigo, mas você não disse que apenas existimos?
Disse, sim. Mas não queira que eu em minha humilde sabedoria resolva conflitos de séculos de Filosofia.
Trocando em miúdos: Quero que o sexo que faço seja o mais gostoso, quero que a dor que sinto seja a mais intensa; quero que o pão que como seja o mais macio, quero que a sede que vivo seja a mais seca.
Dessa minha vida quero tudo! E se pouco tiver, quero viver essa angústia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário