segunda-feira, 6 de junho de 2011

Destro

Tenho o direito de envelhecer. Acentuando, assim, minhas manias e crenças (ou melhor: descrenças), corroborando, também, com a minha ausente paciência.
Tenho o direito a não suportar a companhia de pessoas superficiais, principalmente as que muito se expressam; tenho o direito de exigir o privilégio de uma solidão cada vez mais presente, tenho o direito a diálogos de palavras poucas e risadas em volumes de médio para baixo.
Tenho o direito de achar que Ele errou ao não dar-nos pálpebras nos ouvidos.
Sem nostalgia nem nada parecido com “arrogância concedida” (se bem que tenho esse direito), afirmo que, apesar de todo o fácil acesso às informações, as pessoas, as jovens, principalmente, estão cada vez mais idiotas. Psicologias de botequim somadas à filosofias de “Ti Ti Ti” causam-me uma irreversível azia. Assim como a opinião formada sobre tudo das pessoas que nos enchem de pedidos de músicas de Raul Seixas.
Digressão à parte, tenho o direito a ausência de pessoas que me desagradam, coisa entre oitenta e noventa por cento dos que me cercam.
Intimidades à parte, tenho o direito de não gostar de palavras chatas na hora do sexo. Muito menos de malabarismos pueris que me causam vontade de rir e mais nada (se bem que às vezes sinto vergonha e dó, pois me excitam tanto quanto uma folha de alface). Tenho direito de gostar do bom e velho sexo de beijos e pegadas fortes, simples, mas que estremece as pernas. Gosto de sexo justo, próximo.
Ah! Tenho o direito a dizer “não” quando alguém quer ler a “palavra de Deus” na porta de casa num sábado às oito da manhã.
Estava com saudade dos meus textos – tenho esse direito.

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