quinta-feira, 16 de junho de 2011

Papo Cabeça

Lorena, após meu almoço – ao dar o último gole em meu copo d'água que, apesar de insípida, inodora e incolor, saboreio com deleite junto às minhas refeições, ouvi a senhora Celina, vulgarmente conhecida como “minha mãe”, dizer que detesta conflitos. Pedi (implorei) que desenvolvesse.
Ela exemplificou com uma situação que acabávamos de passar, poucos minutos antes desse nosso “papo cabeça” e desenvolveu: meu filho (mentira – ela só me chama de Rodrigo), estou com pena e raiva, fico muito irritada com a situação passada, mas, na mesma proporção, tenho pena de quem se propõe a tal papel, assim fazendo-me assumir um papel de “quiabo”, sem reações nem atitudes, o que faz com que a situação “chata” prolongue-se por horas, sendo assim - trazendo-me mais raiva, sendo assim – trazendo-me mais pena.
Eu entendi muito bem, ela descreveu o que eu sentia. Não sou “bonzinho”, não gosto nem quero ser, e sentir pena de pessoas que se propõe a papéis diminuidores causa-me um outro conflito: liga-me à pessoas bobas e “inocentes”( entre aspas por que acredito que pessoas inocentes são ricas em maldade, só não sabem usá-la – o que as torna piores e mais chatas ainda), tipo de pessoa que abomino e quero a maior distância possível.
Mas onde quero chegar é no fato de que para vivermos e conseguirmos o que (ou quem) queremos, precisamos entender, aceitar e usar a maldade intrínseca à nossa “alma” ao nosso favor. Sem altruísmo hipócrita, sem causar grandes dores e muito menos sem remorso.
Acredito piamente que, como diz meu escritor predileto, Luiz Felipe Pondé, “quem ama quer o amado para si ou que deixe de existir” - é lógico que estou falando do amor entre homens e mulheres, homens e homens, mulheres e mulheres e qualquer outro segmento que trate de casais.
Se você quer o bem de seu amor mesmo longe de você, você é um mentiroso ou não ama.
Portanto, não suporto a chatice de quererem-me bem baseado em “verdadeiro amor”, acho muito pueril, muito infantil, muito chato. Quero apenas meus momentos serenos de solidão, meu momentos felizes ao lado da pessoa que gosto e meus momentos de angústia só ou acompanhado.
Quero minha vida presente.

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