segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Diário de um bipolar

Acordo, levanto e taco meu cadáver nas costas para andar por aí. Por mais que sejam discretos e paulatinos, percebo o chegar de meus limites. Saio a trabalhar com correntes amarradas nas canelas, arrasto-as por longas horas até chegar a tão querida hora de deitar de novo. Nunca só, a solidão é uma companheira muito fiel.
Amanheceu, dei “bom-dia” para os pardais que com suas sinfonias me acordaram, fiz o mesmo com o Sol. Peguei meus fones de ouvido, vesti meu tênis mais macio e sai pra correr numa espécie de louvor à vida. Alimentei meu corpo com carinho e respeito, banhei-me em água morna para relaxá-lo e ensaboei-me cantarolando a mesma música dos pardais matutinos.
Acordo, levanto e taco meu cadáver nas costas...

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