terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Fenômeno

“Ele é milionário, vive na opulência e anda com belíssimas mulheres.”
Estou descrevendo a vida do fenomenal Ronaldo. Não por ser seu fã (e sou), mas por que quero falar sobre a crueldade da ingratidão e a vil efemeridade.
Apesar de tudo aquilo que de fato é verdade e foi dito na primeira frase desse texto, esse homem propôs-se a ir além de seus limites físicos e emocionais para viver o que mais gosta de fazer e o povo mais gosta de assistir, e assim o fez: mesmo depois de um longo histórico de lesões (graves, diga-se de passagem) e dores quase insuportáveis, ele (acho que no meio futebolístico deveria ser tratado como “Ele”) deu uma aula de humildade e resiliência, fazendo com que gente como eu, que não dá importância alguma a um jogo de bola (além do fato de ser um esporte), assistir emocionado à partidas inteiras. Sou fã incondicional do talento e da persistência não vã, e “Ele” sabia que vã não era.
O fato é que é da natureza de alguns imbecis o imediatismo e a mediocridade, e de imbecis forma-se a maior parte de “torcedores” organizados. Uma pessoa que mata por um motivo não pode torcer pelo mesmo. Esses não gostam de futebol, mas nem mesmo eles sabem disso. Ainda tive de assistir um repórter perguntando o porquê da falta de comprometimento do Ronaldo com a perda de peso. Risadas (irônicas). Ele respondeu como um cavalheiro cheio de razão: “Depois de oito cirurgias no meu corpo e dores muito fortes ainda tenho de ouvir gente como você falar de comprometimento.”
Não preciso escrever sobre o desprezo que tenho por esse jornalista.
Bom, mas vale dizer que a matéria final do “Globo Esporte” de hoje foi uma linda e justa homenagem a esse ídolo.
Queria entender como que pessoas que há pouquíssimo tempo atrás aplaudiam e choravam de emoção ao vê-lo brilhar em campo agora o crucificam e odeiam. Na verdade entendo: muita pobreza de alma, gente que se considera feliz e poderosa. A sua pobreza material não contrasta com sua pobreza espiritual, gerando assim uma falsa sensação de poder e felicidade.
Espero que esse ídolo saiba que nesse meio sempre existiu essa tal de ingratidão e a falta de memória, mas se ele ainda não souber, nós, os fãs do talento, o faremos lembrar.

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