quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Adeus...

Olhares castradores costuravam meu lábios, desagradar-te era meu medo. Fiz da tua vida a minha, feito células minhas horas se multiplicavam mesmo sendo divididas.
Tornei-me, em alguns momentos, sério, percebi cedo que meu humor não era das principais razões por querer-me por perto. Aliás, além de sua corrosiva carência, não mais sei um motivo dessa tentativa de roubar-me de mim, fazendo de "tudo" o mínimo que se espera.
Desagradar-te era meu medo.
Após vencer dragões nas minhas batalhas diárias, apenas esperava as honra e glória de teu carinho, esse que nem cheguei a conhecer. Meus rei e rainha perderam um fiél súdito, passei a subordinar-me aos teus. Viajei léguas e mais léguas acompanhando tua vontade de unir tuas raízes mais minha presença. Achei-me bem sucedido nesse enredo, mas logo mostrou-me que "tudo" não era o suficiente. Salgadas lágrimas terminaram de cicatrizar minha alma, o reflexo de meu rosto espiritual no espelho obrigou-me a ser drástico, minha essência desfigurada não mais permitia resignação. De tudo que amo vieram minhas forças, de tudo que quero veio-me a coragem. O golpe final não lhe dei, venci e dei-lhe as costas.
Amputei-me você, não tenho mais medo.

2 comentários:

  1. Marucco... Compus esse poema num momento punk da vida! Combina com o texto, huahuauhahhahaaaa



    Não mais

    Habitei em teu ser
    Dei a ti o melhor de mim
    Fui tua e fiz de ti um ser fugaz
    Quis teu riso feliz
    Tua satisfação em ser o que você é
    Sonhei teus sonhos
    Vivi tua vida infame
    Fui luz de teus olhos
    Coluna para teu corpo
    Amparo para seus erros
    Fui teu pai
    Tua mãe
    Tua irmã
    Amiga e amante
    Fui... Hoje não sou mais
    Fui antes, fui quase, hoje sou nunca
    E fui só por te amar

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  2. Oi, Renata!!! Com certeza escrevemos sobre o mesmo assunto.

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