segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Não existe música ruim.

Não, eu não estou defendendo essas "aberrações" que nos acompanham principalmente em épocas de festa, apenas distinguo música dessas formas barulhentas de entretenimento. Não te condeno se você gosta de requebrar ou beber muito ao som dessas lambanças, apenas considero isso um prazer momentâneo, bem parecido com o que sentimos se usarmos alguma droga, nada acrescentará em tua vida. Um breve momento de alienação pode ser confundido com felicidade. Concordo com os que dizem que há hora pra tudo, apenas acho que podemos sentir prazer e crescer simultaneamente. Já bebi e dancei ao som do "Créu" e, provavelmente, farei algo parecido no Carnaval, mas pelo menos estou ciente de que isso só vai me alegrar no exato momento em que estiver acontecendo.
Ouvir "Chico Buarque", por exemplo, não vai ser tão "divertido" como rebolar o "Tchan", mas será muito mais intenso e pedagógico. A Música tem um poder libertador, digo até mesmo salvador. É capaz de transformar ambientes, melhorar humores, aumentar a fé...
Quem consegue não acreditar em Deus a ouvir "Johan Sebastian Bach"? E, vale dizer, que sentimo-nos ao lado d'Ele sem ter ouvido uma só palavra, apenas ouve-se uma linda história contada por melodias e harmonias que de tão belas fazem-nos seres humanos bem parecidos com os que o Pai projetou. É preciso muito talento para compor uma música, mas não menos para ouvir e deixar essa arte te levar ao encontro de si próprio.
Não sou pateta e inflexível a ponto de achar que não precisamos desses "requebras", para o esporte, por exemplo - muitas pessoas não toleram a monotonia de um treino de musculação, mas "derretem-se" numa aula de "Axé". É muito desanimador correr ao som de "Fotografia", de "Tom Jobim", posso falar por que já o fiz. Gostaria de dizer que mesmo nesse universo de sons pobres existem alguns mais interessantes e agradáveis. Música só é música se contar uma história por uma melodia, e se isso acontece, pouco importa o rótulo ou o ritmo que lhe é dada. Ela já tocou sua alma. Faça um teste: cantarole lentamente a melodia de "Atirei o pau no gato". Fez? Não lhe arrepiou? Tenho certeza que sim. Tanto faz se for ao som de uma guitarra extremamente distorcida, ou em um violino "Stradivarius", uma bela melodia será sempre uma boa música.
Vou encerrando por aqui, se você me achou contraditório, leia de novo esse texto. E não se esqueça de comprar um fone de ouvido, seu gosto musical é pessoal e intransfirível.

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