terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Matrix?

Essa frenética busca pela felicidade em que vive hoje o ser humano é a grande causadora das angústias e frustrações existenciais.
Dietas específicas, consumo sustentável, reciclagem e demais modismos são o retrato da fuga dessa insignificância que representamos. Não, amigo, não acho que não devemos melhorar o que podemos, apenas é preciso ter consciência de que podemos muito pouco. Assumir e encarar frustrações e demais sentimentos “ruins” é a melhor forma de manter a mente sã, ou seja, seu cérebro (pensamentos) funcionando.
Não há como dividir-nos em corpo e alma, podemos ser um acidente da matéria, de repente nem era pra existirmos. Pode ser que nossa vida não faça sentido algum. Você é capaz de encarar isso? Pois é, é difícil. Por isso a necessidade de crenças tolas e modismos. Pensar faz as pessoas mais infelizes, é fato. A classe artística se alimenta de solidão e fracassos, mas solidão e fracassos que vêm de pensamentos próprios, esses que são os verdadeiramente inteligentes (tenho o apoio de Schopenhauer nessa questão). Eu prefiro assim. Deixe-me fazer uma digressão: Empiricamente, eu acredito que há um Deus criador de tudo e que somos detentores de uma alma (na verdade somos uma alma detentora de um corpo), mas também acredito piamente que depois da criação o problema é todo nosso, Deus não quer saber de blá, blá, blá. Voltemos ao sofrimento dos pensantes.
Aceitar nossa insignificância, mesmo que pareça assaz triste, é a melhor maneira de aceitarmos a vida e suas inexatidões. É preciso de fé, mas não conte com o destino nem com uma mãozinha de Deus para se sentir feliz (quis exatamente dizer “sentir” ao invés de “ser”), seja você para isso. Se tentarmos nos enganar com uma falsa felicidade, aí sim, certa hora a realidade nos pega como numa tocaia: bruscamente, sem dó.
O ser humano inventa de tudo pra justificar sua existência, mas é só pensar um pouco para chegar à conclusão de que isso é impossível.
Sobre esse assunto, recomendo “Contra um mundo melhor” de Luiz Felipe Pondé, que na verdade mostra o desprezo que o autor tem com um mundo que engana a si mesmo.
Esse mundo melhor de que somos contra é o mundo da hipocrisia e da ignorância, um mundo que, infelizmente, até mesmo nas universidades vem sendo criado. Não deixe que moldem você, se preciso, leia menos e pense mais. Erudição para um ser humano muitas vezes se assemelha à uma coalheira a um cavalo.

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